A Fundação PHC quer ter um «papel decisivo no futuro do País».

Estudo de Literacia Digital 2022

Cada vez mais nos deparamos com avanços tecnológicos que nos permitem realizar tarefas de forma mais rápida, prática e eficaz.

Com este estudo de Literacia Digital em Portugal, a Fundação PHC pretende compreender o nível de consciência da população em relação à utilização de tecnologias digitais.

O estudo revela a perceção dos portugueses sobre os desafios enfrentados no campo da “Literacia Digital“, o investimento na Literacia Digital e o estado atual e futuro da mesma.

De um modo geral, é percetível que os portugueses estão conscientes da tecnologia, optando pela sua utilização em algumas tarefas da sua vida.

KEY LEARNINGS

  • 82% dos portugueses considera que a tecnologia melhora a qualidade de vida

  • 78% dos portugueses poupa tempo em mais de 1h graças à tecnologia e 25% afirma poupar mais de 4h por dia; 

  • A aplicação de tecnologia na vida dos portugueses equivale a mais de 16,8 milhões de horas de produtividade por dia; 

  • Portugueses consideram que fazer compras online é mais acessível (68%), mais simples (56%), mais benéfico em relação qualidade/preço (43,5%), há poupança de tempo (38%) e há mais autonomia (29%);

  • Áreas que os portugueses querem que evolua digitalmente: serviços de saúde (46,5%), serviços jurídicos e justiça (38%), sector financeiro (33,5%).

Desafios

  • 39% dos portugueses receia a Inteligência Artificial

  • 4 em 10 receia fazer partilhas online

  • 1/4 não tem conhecimento de soluções digitais

  • 83% preocupa-se com o cibercrime, 81% com o cyberbulling e 88% com questões de privacidade

Investimento na Literacia Digital

Qual é o investimento?

Investimento do Estado:

• 56,6% dos portugueses considera que pessoas que não sabem usar meios digitais são socialmente excluídas e discriminadas no seu dia a dia;

• 65% dos portugueses não considera que o Estado tenha feito os esforços suficientes para promover o ensino e a literacia digital. Homens são mais céticos neste campo, com 69% a considerarem que o Estado deve fazer mais, contrastando com os 61,5% das mulheres;

• São as populações com menos escolaridade que se sentem mais excluídas. Com 79% a afirmar que o Estado não tem feito esforços suficientes.

Locais de investimento:

• 65% dos portugueses refere que têm sido os grandes centros urbanos a beneficiar do salto digital.  Mas apenas metade (51%) refere que são os que têm a ganhar com a digitalização no futuro.  Região norte-interior (43%) e centro-interior (44,5%) são as regiões seguintes apontadas com possíveis maiores ganhos de aposta digital;

• 81% dos portugueses considera que fora dos grandes centros urbanos não há investimento suficiente em literacia digital.

Qual é o estado do investimento?

68% dos portugueses considera-se autónomo na utilização diária de tecnologia.

Em relação à idade:

• Apenas 44% das populações mais seniores se consideram autónomas. E apenas 55% da população entre os 55 e os 64 anos, ainda em idade ativa, se considera autónoma;

• Em relação à escolaridade: 76% das pessoas com ensino superior é autónoma, contrastando com os 35% da população com o ensino básico, registando uma relação clara entre escolaridade e autonomia digital;

• No entanto, apenas 26% da população com o ensino básico considera ter conhecimentos a nível digital. Pessoas com o ensino superior apenas 1,8% afirma não ter, e 72% diz que tem.

Fontes de conhecimento:

• Mulheres (60%) recorrem mais do que os homens (38,5%) aos amigos e família quando necessitam de apoio a nível tecnológico. Mas os homens procuram mais em tutoriais online como o Youtube (43%), sites especializados (32,5%) e recorrem mais a especialistas profissionais (27,2%); contrastando com valores menores do universo feminino, com 35,5%, 26% e 20%, revelando uma menor autonomia por parte das mulheres no esclarecimento de dúvidas nesta área;

• Mais de metade dos jovens procura em tutoriais online, como os do Youtube, revelando bastante autonomia nesta matéria – o que difere das pessoas com mais de 55 anos que dependem quase exclusivamente da ajuda dos familiares;

• O mesmo se passa com o nível de escolaridade, em que 80% depende de amigos ou familiares para apoio tecnológico, contrastando com os 49% de pessoas com o ensino superior.

Quais são os investimentos futuros?

Áreas que os portugueses querem que evolua digitalmente:

• Serviços de saúde: 46,5%

• Serviços jurídicos e justiça: 38%

• Sector financeiro: 33,5%

• Soluções digitais para uso próprio (apps, sites, imagem, vídeo): 35,5%

• Energia, telecomunicações e retalho são menos valorizadas

E a programação?

• Apenas 28% diz ter algum conhecimento de programação informática (e pessoas com o ensino básico é 0%);

• Metade dos portugueses quer aprender a programar. Do total de homens, 58% quer aprender a programar e 44% das mulheres quer aprender a programar). Este facto é transversal a todas as camadas sociais.

• 82% dos portugueses quer ver ensino de programação no secundário e 83% também no ensino superior;

“Só com uma intervenção social focada conseguiremos dar os passos certos para construir a sociedade de queremos. Sabemos que a tecnologia é uma necessidade em Portugal, e segundo o estudo que apresentámos no lançamento da fundação, mais de metade dos portugueses gostariam de saber a programar e mais de oito em cada dez pretende ver o ensino de programação nas escolas secundárias. Temos de olhar para as clivagens sociais que resultam da falta de conhecimento e autonomia digital, e é também por isso que a Fundação PHC assume o compromisso para programar a sociedade do futuro, com projetos, parcerias e uma ação social aberta a todos os que dela queiram fazer parte”

Rute Ablum, Presidente da Fundação PHC

Notas técnicas

• Estudo Fundação PHC em parceria com a OnStrategy;

• Amostra estratificada e representativa da população portuguesa;

• 8.000 (oito mil) respostas válidas;

• Intervalo de confiança de 95%;

• Margem de erro de 1%;

• Resultados preliminares do estudo.

Estudo Fundação PHC - Highlights.pdf